Marcelo
Ricardo Silva afirma que, a pedido do ex-patrão, registrou em seu nome duas
empresas que na verdade pertenciam a Frota
Imagem de rede social publicada em dezembro de 2018 mostra Frota e o
motorista Marcelo Silva
Foto: Reprodução/TV Globo
Imagem de rede social publicada em dezembro de 2018 mostra Frota e o motorista Marcelo Silva Foto: Reprodução/TV Globo |
Um ex-motorista do
deputado Alexandre Frota, do PSL de São Paulo, disse ao Ministério Público que
foi usado como laranja pelo parlamentar. A partir do relato, a promotoria abriu
um processo de investigação que está em fase inicial.
Frota divulgou nota
em que afirma que Marcelo Ricardo Silva foi demitido por comportamento
inadequado, e que depois disso passou a fazer ameaças e tentativa de extorsão.
Na foto do dia 14 de dezembro de 2018, publicada em uma rede
social, Frota diz que está indo para o trabalho. Quem dirige o carro é Marcelo
Ricardo Silva, que ainda guarda registro de algumas ligações do ex-patrão.
Marcelo era motorista particular e servia também à família e
ao filho do deputado.
Além disso, ajudava na campanha e lidava com dinheiro sob ordens de Frota.
Uma reportagem da
"Folha de S.Paulo" de sábado (8) revela que o ex-motorista diz que
foi usado como laranja. Ao Jornal Nacional, ele repetiu a acusação que foi
registrada no Ministério Público de São Paulo no dia 28 de maio.
Marcelo diz que, a
pedido do ex-patrão, registrou em seu nome duas empresas que na verdade
pertenciam a Frota: a FR Publicidade e Atividade Artística e a DP Publicidade
Propaganda e Eventos. Segundo ele, o favor seria só por três meses, mas durou
anos.
"Além de eu
ter feito esse erro de colocar uma empresa do Frota no meu nome, deixar ele
fazer por três meses e acabou ficando anos", afirma.
Perguntado se estava
ciente de que poderia ter problemas, Marcelo responde: "Do transtorno,
não. Infelizmente, como sou leigo nesse assunto, passou batido".
Marcelo diz que,
também a pedido de Frota, recebia em suas próprias contas bancárias valores que
depois eram repassados à mulher do deputado.
No total, ele diz
ter recebido e repassado mais de R$ 70 mil. Afirma também que seu salário
muitas vezes teria sido pago por empresários como forma disfarçada de doação de
campanha.
Questionado se foi
declarada na campanha essa ajuda, afirma: "Não, porque o TRE nem tem essa
informação de que que eu recebia meus pagamentos através de dois empresários
que o Alexandre Frota arrumou".
Silva diz que
decidiu denunciar o deputado porque teve problemas como não receber
seguro-desemprego por ter se tornado sócio do ex-patrão. Além disso, afirma que
foi contratado para o gabinete do deputado, mas acabou ganhando menos do que o
prometido, além de ser demitido sem explicação em pouco tempo. A contratação de
Marcelo e a exoneração, ocorrida 25 dias depois, constam no Diário Oficial.
O maior medo
de Marcelo agora são as dívidas das empresas.
"Quero
que a Justiça cobre dele. Verifique as duas empresas dele, que ele colocou no
meu nome, quanto deve para a Justiça. Porque isso é imposto, ele tem a
obrigação de pagar."
O que diz Frota
O deputado
Alexandre Frota divulgou nota em que afirma que Marcelo Ricardo Silva foi
demitido por comportamento inadequado, e que depois disso passou a fazer
ameaças e tentativa de extorsão.
A nota diz
ainda que Frota registrou um boletim de ocorrência e uma representação na
polícia da Câmara dos Deputados para proibir o ex-motorista de entrar no
Congresso.
Frota defende
ainda que o ex-funcionário nunca trabalhou na campanha eleitoral, que ele foi
contratado e registrado como motorista particular e que nunca teve nenhuma
relação ilegal com o ex-funcionário.
G1
COMPARTILHE
Curta Nossa Página no Facebook