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| Foto: Polícia Ambiental/reprodução |
A Polícia Militar Ambiental deflagrou na sexta-feira (3), a Operação Lac Purum, com o objetivo de desmantelar um esquema de adulteração de leite e coibir crimes ambientais em propriedades rurais nos municípios de Assis, Óscar Bressane, Platina e Lutécia, no interior de São Paulo. A operação contou com a participação da Defesa Agropecuária de Campinas, além do apoio do Ministério Público, por meio do GAEMA (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) de Assis.
As investigações tiveram início após denúncias sobre a prática de adulteração de leite com substâncias químicas potencialmente nocivas ao consumo humano. Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão, que resultaram em apreensões de armas, munições, leite contaminado e documentos que podem comprovar a manipulação do produto.
Durante as vistorias, os agentes encontraram 200 litros de leite em uma propriedade no município de Platina. Amostras foram recolhidas para análise laboratorial a fim de identificar possíveis substâncias adulterantes. As autoridades também localizaram anotações manuscritas com fórmulas suspeitas, que reforçam a hipótese de fraude na produção.
A operação mobilizou 42 policiais ambientais e seis agentes da Defesa Agropecuária. Nas diligências, foram apreendidas quatro espingardas (de calibres .22, .28, .32 e .38), 113 munições e diversas cápsulas já deflagradas. Além disso, foram registrados autos de infração por irregularidades no manejo do gado leiteiro e por prejuízo ambiental: uma propriedade foi autuada por dificultar a regeneração natural de vegetação em área de preservação permanente, o que resultou em multa de R$ 8.450,00.
De acordo com a Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, duas pessoas foram presas durante a operação, e outras estão sendo investigadas por envolvimento nos crimes. A pasta destacou que, somente em 2025, já foram realizadas mais de 51 mil fiscalizações agropecuárias em todo o estado. Em entrevista, o diretor da Defesa, Luiz Henrique Barrochelo, ressaltou que a ação busca “proteger a saúde pública e preservar o mercado para produtores que atuam dentro da legalidade”.
A operação gerou forte repercussão nos municípios envolvidos, principalmente entre consumidores e produtores da cadeia leiteira. A população local demonstrou preocupação com os possíveis riscos à saúde, enquanto representantes do setor agropecuário cobraram maior fiscalização contínua para evitar que casos semelhantes se repitam.
As investigações continuam, com a expectativa de novos desdobramentos. Os resultados laboratoriais das amostras recolhidas serão fundamentais para confirmar a adulteração e indicar quais substâncias foram utilizadas. A partir dessas conclusões, os envolvidos poderão responder por crimes contra a saúde pública, contra o meio ambiente e posse irregular de armas.
A Polícia Ambiental e o Ministério Público não descartam a possibilidade de que o esquema envolva uma rede mais ampla de produtores ou atravessadores, o que pode levar a novas ações em outras regiões produtoras do estado.
C/ G1 / Por Redação
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