segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Agência de coleta seletiva na capital completa um mês e transforma vidas

 


Um mês após a inauguração da central de logística reversa de eletroeletrônicos no bairro de Realengo, Zona Oeste do Rio, o local já se tornou um agente transformador para quem faz da reciclagem uma forma de ganhar a vida, além de fortalecer a preservação do meio ambiente. Inaugurada no dia 14 de outubro com a presença do governador Cláudio Castro, a agência de coleta seletiva Rio Park Recicla já recebeu cerca de 20 toneladas de resíduos no período e conta com mais de 65 catadores e cooperativas cadastrados.

A iniciativa é do Ministério do Meio Ambiente, em parceria com a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Associação de Recicladores do Estado do Rio de Janeiro (ARERJ), Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (ABREE) e Prefeitura do Rio.

- O incentivo ao processo de reciclagem contribui para a redução dos lixões e para a geração de empregos, beneficiando catadores e cooperativas. É uma ação importantíssima que o governo do estado faz questão de apoiar com o objetivo de transformar a realidade sobretudo das famílias que perderam a renda durante a pandemia e tornar o Rio de Janeiro um lugar cada vez mais sustentável – afirma o governador Cláudio Castro.

- Essa iniciativa otimiza a gestão de resíduos sólidos no território fluminense ao mesmo tempo em que valoriza a categoria de catadores de materiais recicláveis do Rio de Janeiro, o que é essencial para uma política de logística reversa eficiente - explica o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Thiago Pampolha.

Marco Aurélio Braga, de 60 anos, morador de Realengo, já trabalhou como estampador e auxiliar de serviços gerais. Hoje, com o dinheiro que consegue com o material reciclável, ele pode suprir necessidades básicas de casa e pagar contas.

- Aqui o preço está bom, ainda tem o cartão que dá um bônus e o atendimento é ótimo. Eu costumo trazer material segunda, quarta e sexta-feira. Além de recolher na rua, recebo muita doação, porque trabalho com carroça e as pessoas já sabem que vou passar. Em média, consigo de R$ 60 a R$ 80 por dia – conta Marco Aurélio.

O cartão ao qual Marco Aurélio se refere é uma parceria da agência de coleta seletiva com o Plastic Bank, que fornece um crédito extra pelo descarte de plásticos. O cadastro pode ser feito no próprio local. A partir do momento em que o catador recebe o cartão, além do dinheiro que recebe da agência pelo material, um bônus é depositado seguindo uma tabela de preços.

- A gente paga no momento da entrega do material. Dependendo da quantidade, se o valor da reciclagem passar de R$ 100, temos que fazer uma transferência por PIX – explica o cooperado Jorge Nascimento, que trabalha no local.


Jorge conta que o movimento tem crescido diariamente e que, aos poucos, as pessoas entendem como devem levar o material para reciclar, já que nem todo mundo está acostumado com o processo. No caso de panelas, por exemplo, o ideal é que sejam levadas sem cabos e parafusos; papelão, isopor e plásticos devem ser colocados em sacolas diferentes. Tudo isso facilita na hora de pesar.

A agência de coleta recebe plásticos, caixas, papelão, PVC, jornais, revistas, vidros, isopor, tetrapak, cobre, metal, chaparia, latinha, panelas, alumínio, chumbo, bloco, ferro e aço. O local é um dos 123 pontos de coleta no Rio e 148 em outros municípios fluminenses, totalizando 271, que são geridos pela Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (ABREE).

- Eu costumo falar que essa é uma casa de câmbio da reciclagem, porque as pessoas trocam material reciclado por dinheiro. Elas não reciclam por falta de oportunidade e o que a gente faz aqui é abrir oportunidade a partir de um modelo de negócio sustentável – conta Edson Freitas, de 54 anos, fundador do centro de reciclagem.

É o caso de João Paulo da Conceição Rodrigues, de 41 anos, morador da Vila Vintém, em Padre Miguel, também na Zona Oeste carioca. Apesar de trabalhar com reciclagem há anos para complementar a renda, no ano passado ele encarou o plano B como sua única profissão.

- Eu trabalhava em aeroporto como técnico de abastecimento de aeronave. Quando percebi que seria demitido, em 2020, por causa da pandemia, comecei a me organizar para me dedicar integralmente à venda de material reciclado. Comprei uma carretinha para pegar mais material. Deu certo. Alguns eletrônicos, eu consigo recuperar. Outros, vendo para a reciclagem. Consigo fazer, em média, R$ 3 mil por mês – ressalta João Paulo.

Já para Nathália França, de 25 anos, também moradora de Realengo, a reciclagem foi a única porta de trabalho que se abriu após terminar o Ensino Médio.

- A maioria das empresas pede experiência para contratar, e eu não tenho. Trabalho com reciclagem há dois anos, junto com minha mãe e meu irmão. Com o aumento do desemprego, aumentou o número de pessoas catando lixo na rua, por isso a gente acorda às 3h às segundas, quartas e sextas para poder pegar o material. Por mês, eu consigo entre R$ 200 e R$ 400 - diz a jovem.

Serviço:

Agência de Coleta Seletiva

Endereço: Estrada Água Branca 1.160, Realengo

Horário: das 8h às 17h

Valores por quilo de material reciclável

PET - R$ 2,40
Plástico duro - R$ 1,50
Plástico mistão - R$ 0,20
Plástico filme branco - R$ 1,30
PET oléo/azul - R$ 1,00
Caixaria colorida - R$ 1,50
Caixaria preta - R$ 1,20
PVC - R$ 0,40
Jornal / revista - R$ 0,30
Óleo vegetal - R$ 1,50
Papelão - R$ 0,40
Vidro - R$ 0,10
Isopor - R$ 0,40
Metal - R$ 23,00
Latinha - R$ 8,00
Panela limpa - R$ 8,00
Panela suja - R$ 7,00
Chumbo - R$ 7,00
Ferro - R$ 0,55
Radiador metal - R$ 19,00
Aço - R$ 6,20

COMPARTILHE

Curta Nossa Página no Facebook

Compartilhe

CURTA A NOSSA PÁGINA