Shutterstock/PopTika |
Dentro do corpo humano, as substâncias se decompõem e passam por um processo de transformação, tornando-se novos compostos. Não é diferente com os remédios. Uma pesquisa descobriu que o resultado da decomposição de um medicamento contra o câncer pode inibir células cancerígenas da próstata, bem como tratar a doença de Parkinson. O estudo foi publicado na revista Cell Chemical Biology.
Decomposição do remédio no corpo
Após fazerem efeito, os medicamentos são metabolizados por diversos órgãos do corpo. Nesse processo, os compostos se transformam em subprodutos chamados metabólitos. Essas substâncias estão presentes em altas concentrações no plasma e muitas delas podem possuir efeitos terapêuticos, como descoberto na pesquisa.
Subproduto do rucaparib
O rucaparib é um medicamento comumente usado no tratamento de câncer de ovário, mama e próstata.
Quando decomposto, gera seu principal metabólito: o M324. Nos humanos, a substância pode penetrar tumores e é encontrada em uma concentração de 40% no plasma.
A partir de investigações computacionais, a pesquisa previu quais eram os alvos do rucaparib e seu metabólito.
Posteriormente, em teste com células, o M324 combinado com a fórmula original do rucaparib aumentou a inibição das células cancerígenas.
No caso do câncer de próstata, houve uma diferença na inibição de mais de 30%.
Tratamento para Parkinson
Aliado à fórmula original do rucaparib, o M324 pode ajudar a combater alguns cânceres, mas e sozinho? Os cientistas descobriram que o metabólito pode tratar o Parkinson, reduzindo o acúmulo de alfa-sinucleína nos neurônios dopaminérgicos afetados pela doença.
A alfa-sinucleína é uma proteína associada à formação de agregados mal dobrados, que contribuem para a neuroinflamação, neurodegeneração e morte celular características do Parkinson. Portanto, ao reduzir o acúmulo dessa proteína, o M324 pode ajudar a reduzir os sintomas ou retardar a progressão da doença.
Os próximos desdobramentos da pesquisa podem ajudar tanto a potencializar o tratamento de cânceres como o de próstata, quanto a revelar uma nova forma de tratar a doença de Parkinson. Segundo o New Atlas, os cientistas acreditam que os metabólitos precisam ganhar mais foco na área.
"Destacamos a importância de tornar os metabólitos dos medicamentos comercialmente disponíveis, incorporá-los em estudos pré-clínicos e caracterizá-los mais detalhadamente durante a descoberta e desenvolvimento de medicamentos para compreender o efeito de medicamentos na clínica e adaptá-los melhor aos pacientes na medicina."
Olhar Digital
COMPARTILHE
Curta Nossa Página no Facebook