Expectativa do varejo é de efetivar um número maior de temporários que
nos últimos dois anos. Pelo menos 27% dessa força de trabalho deve ser
contratada
Com a chegada das festas de fim de ano, cerca de 73 mil postos de trabalho temporário devem
ser abertos, apenas no comércio. Esses trabalhadores, de acordo com as novas
regras trabalhistas, têm os mesmos direitos dos funcionários fixos. A avaliação
de especialistas e de comerciantes é de que este ano, com a melhora da economia
e diante da modernização trabalhista, mais trabalhadores passem de temporários
para efetivados.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo (CNC), a projeção é de que 27% da mão de obra temporária contratada em
2017 seja efetivada após o Natal. Nos dois últimos dois anos, essa taxa era
menor, estava em 15%. Neste fim de ano também surgiram os primeiros contratos
intermitentes, que vão permitir que os trabalhadores tenham mais de um
contrato, além de acordos mais longos com os patrões.
“Pode ocorrer uma espécie de fidelização do trabalhador
temporário”, explica o economista da CNC Fábio Bentes. “Como as datas
comemorativas do varejo são bem definidas, poderá ser feito um contrato mais
longo, para o Natal e para outras datas”, pondera o especialista.
O trabalhador temporário tem, praticamente, os mesmos direitos
do funcionário efetivo. Segundo a legislação trabalhista, ele tem salário
equivalente ao da categoria, hora extra, jornada de oito horas, repouso semanal
remunerado, adicional por trabalho noturno, seguro acidente de trabalho, férias
e 13º salário proporcionais, além de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS) e contribuição previdenciária.
Cenário
para 2018
Fábio Bentes,
da CNC, observa ainda que diante do cenário positivo para as vendas,
observado nos últimos meses, a expectativa é de mais números bons para o
comércio ao longo de 2018. Mantido esse quadro, explicou o economista, o varejo
deve alongar os contratos temporários e efetivar uma percentual maior dessa
força de trabalho.
“Como a inflação vai continuar baixa, os juros vão cair, o
mercado de trabalho dá sinais de recuperação, não vejo ameaça a esse cenário melhor”,
argumentou. “O varejista já percebe cenário melhor e tende a contratar. Esse
quadro tende a durar alguns meses e garante uma melhora das vendas em 2018”,
ponderou.
Prazo
de contrato
O trabalho temporário, a partir deste ano, no entanto, tem uma
mudança nas regras. Antes, a norma era que esse contrato tinha validade de três
meses. Agora, ele pode ser de 180 dias. Passado esse prazo, se as condições que
levaram à contratação temporária permanecerem, ele pode ser prorrogado por mais
90 dias.
De acordo com pesquisa do Itaú Unibanco, essas mudanças na
legislação vão gerar mais empregos e tornar o Brasil um País mais competitivo.
Essas novas leis, mostrou a pesquisa da instituição, pode elevar o Brasil, no
quesito eficiência do mercado de trabalho, da posição 117ª para a 86ª em um
ranking de 138 países.
Modernização trabalhista
Essas
regras também têm potencial para aumentar o PIB per capta brasileiro (PIB
dividido pelo número de habitantes). A projeção é de que com o mercado de
trabalho mais competitivo, esse indicador aumente 3,2% nos próximos quatro anos
(0,8% por ano). Além disso, deve cair a taxa de desemprego estrutural em cerca
de 1,4 ponto percentual, o que significa aproximadamente 1,5 milhão de empregos
a mais.
Além de procurar emprego diretamente no comércio, o trabalhador
pode usar o aplicativo Sine Fácil. Desenvolvido pela Dataprev, o aplicativo
leva ao cidadão os serviços do Sistema Nacional de Emprego (Sine), a partir de
dispositivos conectados à internet, como celulares e tablets. O aplicativo, que
é gratuito, está disponível na versão para Android e em breve também para iOS.
COMPARTILHE
Curta Nossa Página no Facebook