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Não é exagero supor que
as emoções são complexas até para os cientistas. Pouco a pouco, a neurociência
desvenda esse verdadeiro mistério que é o cérebro humano. Por sorte, temos
várias descobertas interessantes ao longo do anos que nos fazem ter noção de como sentimos amor, medo, raiva, etc.
Antes de listarmos aqui
cada emoção do filme e fazer um paralelo com o que a ciência diz, cabe
entendermos sobre os neurotransmissores — a química produzida pelo cérebro.
Cada neurotransmissor tem
uma função e uma localização específica. Podemos imaginá-los como uma
orquestra em que os instrumentos precisam trabalhar juntos para produzir uma
melodia harmônica.
Em entrevista,
Yuri Busin — psicólogo, mestre e doutor em Neurociência define as emoções
como 'faíscas no nosso cérebro', e não são eternas: devem ser
estimuladas.
Alegria
No cérebro, a alegria
pode ser relacionada com o sistema límbico e com o córtex pré-frontal.
"Dentro desses locais, pode haver um aumento de dopamina, endorfina ou
serotonina", menciona o neurocientista. As elevações desses
neurotransmissores podem ser usadas para definir a alegria.
Enquanto a dopamina está
mais voltada ao prazer e bem-estar, a serotonina tem relação com o relaxamento.
Já a euforia fica por conta da endorfina.
"Quando você faz
alguma coisa que estimula isso, vai fazer com que tenha um sistema de
recompensa no seu cérebro. Esportes, por exemplo, são ótimas formas de
estimular", Busin acrescenta.
Tristeza
Curiosamente, no que diz
respeito à Tristeza, podemos fazer um paralelo com os neurotransmissores
relacionados à Alegria: enquanto a alegria é causada pelo pico, a tristeza é
causada pela baixa da serotonina, por exemplo.
O psicólogo e
neurocientista explica que, quando a pessoa entra em depressão, em muitos casos é necessário começar um
tratamento com antidepressivos, que fazem justamente essa 'equalização' dos
neurotransmissores.
Medo
Assim como podemos ver no
próprio filme, o Medo é uma emoção muito importante, e tem diversas finalidades
para a gente, já que ajuda a preservar (manter a nossa segurança). Segundo
Busin, é produzido na amígdala, "uma pequena estrutura do sistema límbico
que detecta ameaças e entra em resposta de luto ou fuga".
Os principais
neurotransmissores relacionados ao medo são a noradrenalina e a adrenalina, que
em excesso podem gerar essa paralisação. Em março, um artigo da revista Science descobriu
o núcleo do medo no cérebro e como desativá-lo.
Nojinho
Já o nojo tem a ver
com a ínsula, uma espécie de intérprete do cérebro que traduz sons, cheiros ou
sabores. Como podemos ver nos filmes por meio da Nojinho, também é uma emoção
importante, seguindo uma linha de pensamento parecida com o medo.
Segundo o especialista, a
ideia é "fazer com que você evite situações ou coisas que possam dar algum
tipo de reação negativa ou colocar em risco, como uma fruta que está podre,
algo que vai machucar no sentido físico, então você afasta aquilo".
Raiva
De acordo com
Luiz Scocca, psiquiatra pelo Hospital das Clínicas da USP, membro da
Associação Americana de Psiquiatria (APA), a raiva é um sentimento normal e
muito saudável. "Uma dose certa de raiva bem dirigida, além de proteger a
pessoa de eventos externos negativos, estimula o cérebro a produzir substâncias
que são prazerosas".
O excesso de raiva está
ligado a adrenalina e ao cortisol (popularmente conhecido como o hormônio do estresse).
Ansiedade
Divertida Mente 2 é marcado pela chegada da Ansiedade.
E você sabia que a ansiedade afeta diferentes partes do seu corpo? Conforme
nos explica Scocca, a emoção pode ser definida como um mecanismo de
sobrevivência.
"É exatamente no
sistema nervoso que a ansiedade atua mais. Quando é excessiva, nós chamamos de
transtorno", diz o psiquiatra. No entanto, ele relembra que a ansiedade
também ajuda a gente a enfrentar situações que exigem alerta e planejamento.
Ironicamente, o hormônio do crescimento regula a ansiedade em neurônios.
Vergonha
A vergonha também tem uma
ligação com a adrenalina, que faz com que os vasos sanguíneos profundos
nos músculos se dilatem (por isso ficamos vermelhos quando estamos envergonhados).
Tédio
Enquanto isso, o tédio
pode ser caracterizado como uma falta de conexão às atividades atuais.
"Quando isso acontece, há uma diminuição na ativação do sistema de
recompensa do cérebro, especialmente as áreas relacionadas à dopamina, como o
córtex pré-frontal, que tem relação com o planejamento das ações e pode mostrar
menos atividade quando estamos em tédio", explica Yuri Busin.
Inveja
A inveja já é uma emoção
um pouco mais complexa e subjetiva, que envolve um conjunto de regiões
cerebrais que processam emoções, recompensas e comparações, como córtex
pré-frontal e o estriado. Justamente por isso, "a inveja pode
produzir tanto substâncias boas para o cérebro quanto negativas", conforme
alerta Scocca.
Mas como vimos em Divertida
Mente, todas as emoções são importantes, e não devem ser negligenciadas. Mesmo
o que interpretamos como negativo (como o medo ou a tristeza) tem seu papel.
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