Para muitos pais que não têm a oportunidade de acompanhar os filhos e também tirar férias do trabalho em julho, a solução mais prática para ajudar a preencher o tempo livre dos pequenos é o celular, ou outro tipo de atividade diante de telas, como filmes e jogos em computadores e TVs. Mas as horas que as crianças passam diante desses aparelhos podem trazer sérias consequências à saúde: de dificuldades de aprendizagem a problemas de visão . O alerta foi feito pela pediatra Roberta Serra, coordenadora da Área de Saúde da Criança da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, em entrevista ao Pod+Saúde, o novo podcast da pasta no Youtube (www.youtube.com/saudegovrj).
“A criança precisa ter estímulo, visuais, motores e cognitivos. Se a gente pega uma criança e a coloca na frente da televisão, computador, ou celular por muito tempo, a gente tira essas outras oportunidades de estímulo de desenvolvimento. Isso vai afetar o crescimento ósseo, crescimento muscular e até cognitivo. Criança precisa correr, brincar, estar em movimento”, explica Roberta.
O excesso de exposição às telas também pode afetar o desenvolvimento motor e provocar problemas de visão, psicológicos e atraso de aprendizagem. A pediatra recomenda dar prioridade às brincadeiras ao ar livre e manter as crianças em movimento. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, crianças e adolescentes devem ficar, no máximo, três horas por dia diante de telas. Para menores de dois anos, o ideal é não ter nenhum contato com as telas.
Tempo de tela recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria:
- menores de 2 anos de idade: evitar exposição a telas;
- de 2 a 5 anos de idade: até uma hora por dia;
- de 6 a 10 anos de idade: de uma a duas horas por dia;
- de 11 a 18 anos de idade: de duas a três horas por dia.
“Além do tempo, é muito importante ter atenção ao conteúdo, principalmente na adolescência. O contato frequente com material inadequado pode comprometer o relacionamento social e gerar transtornos psicológicos. São casos de depressão, ansiedade, alteração comportamental relacionada a distúrbios alimentares, como, por exemplo, a anorexia e, inclusive, em casos mais graves, causando suicídio”, adverte Roberta.
Segundo a pediatra, é importante que pais, cuidadores, profissionais de saúde, profissionais da educação e todas as pessoas que lidam com crianças e adolescentes estejam sempre atentos e procurem formas de diminuir o impacto negativo que as redes sociais e as telas, de uma forma geral, podem causar aos pequenos.
“A luz desses dispositivos pode alterar o padrão do sono. Isso também provoca perturbações no comportamento, levando a distúrbios como a insônia”, observa Roberta. “A gente entende que colocar uma tela na mão de uma criança pode trazer a sensação de calmaria e facilitar o dia a dia, mas é preciso perceber os riscos e os malefícios disso”, concluiu.
Pod+Saúde: o bate-papo mais saudável da internet
A entrevista completa está disponível no Pod+Saúde, (https://youtu.be/-bzrTps6Hxc?si=GMYYce7H2NYQVNmj). Com duas edições semanais, o programa convida especialistas que trazem informações e dicas de como a população pode cuidar melhor da própria saúde. Num bate-papo descontraído, o Pod+Saúde vai ao ar às terças e quintas-feiras, às 18h. Os episódios estão disponíveis ainda no Spotify (https://podcasters.spotify.com/pod/show/podsauderj) e, em breve, também estarão em outras plataformas de áudio.
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