terça-feira, 24 de outubro de 2023

Ataques aos transportes públicos na Zona Oeste do Rio de Janeiro

 


Fila de passageiros na Estação Magarça do BRT Transoeste

Foto: Reprodução/TV Globo




Nesta terça-feira (24), dia seguinte à onda de ataques aos transportes públicos na Zona Oeste do Rio de Janeiro, ônibus comuns, os trens da Supervia e o corredor Transoeste do BRT começaram a operar com restrições.

Na região, as linhas de ônibus regulares estavam somente com metade da frota na rua. no início da manhã. Às 7h30, segundo o prefeito Eduardo Paes (PSD), o percentual subiu para 80%.

A Supervia informou que suspendeu, no ramal Santa Cruz, as viagens expressas para a Central do Brasil e as partidas especiais da estação de Campo Grande.

A MOBI-Rio, que cuida do BRT, disse que os intervalos no Transoeste estavam irregulares no início da manhã. Os demais corredores não tinham problemas.

Na Estação Magarça do BRT, em Guaratiba, pessoas chegaram às 4h para pegar um ônibus até a Barra da Tijuca, mas 2 horas depois ainda estavam esperando. Outros passageiros denunciaram que vans estavam exigindo R$ 10 em espécie em linhas em que vigora a tarifa básica de R$ 4,30.

2,5 milhões sem ônibus

A Semove (antiga Fetranspor) afirmou que “mais de 2,5 milhões de passageiros vão deixar de ser transportados” em decorrência dos ataques à frota. “O número leva em consideração o tempo mínimo necessário para a reposição dos ônibus incendiados, prevista para 6 meses”. A entidade já tinha informado que o prejuízo com o fogo nos coletivos passou de R$ 35 milhões.

“Já são 57 ônibus destruídos este ano, sendo 40 na cidade do Rio de Janeiro”, destacou o sindicato. “A inexistência de seguro para este tipo de crime dificulta a reposição dos coletivos destruídos, prejudicando quem depende do transporte coletivo”, emendou.

A Semove também pediu a colaboração da população “para que informações sobre este e outros crimes cometidos contra o sistema de transporte público coletivo sejam levadas, por meio do Disque Denúncia, diretamente às forças de segurança”. O número é 2253-1177.

Relembre o que aconteceu

Os ataques em série a ônibus e a um trem na tarde desta segunda-feira foram uma resposta da milícia à morte do número 2 da quadrilha que domina a Zona Oeste do Rio de Janeiro. Matheus da Silva Rezende, de 25 anos, o Teteu ou Faustão, foi morto em confronto com a Polícia Civil na comunidade Três Pontes.

Matheus era sobrinho de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, um dos criminosos mais procurados do RJ. De acordo com as investigações, Faustão vinha, há pelo menos 3 meses, estreitando os contatos entre a milícia e a maior facção de traficantes do estado, o Comando Vermelho (CV). Ele também é investigado por pelo menos 20 homicídios.

Após a morte de Faustão, criminosos atearam fogo a pelo menos 35 ônibus e a um vagão da Supervia. Veículos foram atravessados em vias importantes, e até a Avenida Brasil foi fechada. Entre os bairros afetados estavam Campo Grande, Santa Cruz, Paciência, Guaratiba, Sepetiba, Cosmos, Recreio, Inhoaíba, Barra, Tanque e Campinho.

Às 18h40 de segunda, o município entrou em estágio de atenção, o terceiro nível em uma escala de cinco e significa que uma ou mais ocorrências já impactam o município, afetando a rotina de parte da população. Por volta do horário, havia 58 km de congestionamentos na cidade, o dobro da média (29 km) das últimas três segundas-feiras.

Ao menos 45 escolas municipais foram afetadas, prejudicando 17.251 alunos. Em algumas, alunos e professores que estavam nos colégios permaneceram para se manterem em segurança.

Pelo menos 12 suspeitos foram presos. O governador Cláudio Castro (PL) classificou os ataques a transportes como "terroristas" e disse que fará caça a 3 chefões do crime.

“Esses três criminosos; Zinho, Tandera e Abelha: não descansaremos enquanto não prendermos eles”, disse.

G1

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