terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Super Chico morre em Bauru-SP aos 6 anos





A mãe do menino Francisco Bombini, o "Super Chico", contou ao g1 que viu o pequeno em bom estado de saúde até a hora em que foi dormir. Por volta das 2h30 desta segunda-feira (6), a enfermeira de plantão que auxiliava nos cuidados foi cumprir o protocolo de verificar os sinais vitais de Chico e não os sentiu. O menino, de 6 anos, morreu após sofrer uma parada cardíaca em casa, em Bauru (SP), enquanto dormia.

“Ele estava bem, só passou a noite anterior um pouco agitado. Por volta das 17h, ontem, ele dormiu. A enfermeira de plantão o acordou para colocar a dieta da meia-noite, aí ele estava meio dengoso. Por volta das 2h30, existe um protocolo de verificar os sinais vitais a cada intervalo de tempo, então a enfermeira foi ver. Só que ela bateu na porta do meu quarto e disse: ‘Dani, não estou conseguindo sentir os sinais do Chico’”, relembra.

A partir desse momento, Daniela e família atravessaram momentos de angústia e medo. A mãe narrou que, assim que encontrou Chico no quarto, fez massagem cardíaca na tentativa de reanimá-lo. A caminho do hospital, ela também fez respiração boca a boca.

No hospital, os médicos aplicaram adrenalina, tentaram reanimar Chico e o entubaram. Contudo, após 20 minutos, a família recebeu a notícia de que o menino não resistiu à parada cardíaca e morreu.

Comoção na web

Nas redes sociais, o adeus ao menino causou comoção. A postagem de Daniela sobre a morte do filho possuía quase 30 mil comentários até as 17h desta segunda-feira. A prefeita de Bauru, Suéllen Rosim, publicou uma homenagem e desejou forças aos familiares:

"Que Deus conforte o coração de toda família nesse momento tão difícil. Super Chico encantou a todos com sua força e amor", escreveu Suéllen.

Além dela, o ex-deputado federal Rodrigo Agostinho, nascido em Cafelândia (SP), também prestou condolências à família: "Meus mais sinceros sentimentos! Força".

O consultor de imagem e moda Arlindo Grund também desejou luz: "Meus sentimentos! Muita luz nos corações de todos vocês".

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também elaborou uma nota de pesar e lamentou o ocorrido. A mãe de Chico é presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB em Bauru. "Com muita tristeza e pesar, informamos o falecimento de Francisco Guedes Bombini", diz a nota.

Além deles, em comentário na publicação de Daniela, a cantora Roberta Miranda confessou que amava o menino e escreveu que sente muito pela perda.

A modelo com síndrome de Down Maria Júlia de Araújo reforçou as lamentações: "O mundo vê partir um dos maiores super-heróis que já conheceu. Chico trouxe só alegria e inspiração de como devemos enxergar a nossa vida e será pra sempre lembrado dessa maneira", escreveu Maria Júlia.

Em seu perfil oficial no Instagram, a mãe escreveu uma homenagem ao pequeno: "Tenho certo pra mim que todos temos uma missão nessa vida e a do Chico foi a de plantar sementes de amor no coração das pessoas!".

Chico foi velado no Salão Nobre 1 do Centro Velatório Terra Branca, às 9h, e enterrado no Cemitério Jardim do Ypê, às 16h30.

‘O menino mais forte do mundo’

O garoto que nasceu com síndrome de Down e outras complicações de saúde acumulava milhares de seguidores nas redes sociais. Ele viralizou no ano passado e ficou conhecido no país todo ao superar a Covid-19 por duas vezes.

Na primeira delas, Chico chegou a ficar internado por 13 dias na UTI e, quando recebeu alta, foi tema de uma reportagem do Fantástico (veja mais abaixo). Mas, essa não foi nem de longe a primeira vez que o menino, na época com 3 anos, enfrentava a rotina de internação hospitalar.

Super Chico precisou passar por uma cirurgia ainda durante a gestação, na barriga da mãe, e por outras seis depois que nasceu. Os procedimentos foram necessários devido a problemas renais, cardíacos e hipotireoidismo.

Logo após o parto prematuro, foram seis meses “morando” no hospital para realização desses procedimentos.

Foi quando Daniela decidiu compartilhar a rotina do ainda Francisco nas redes sociais. Para simbolizar a vitória dele sobre as complicações de saúde, ela vestia o pequeno com fantasia de super-heróis, em especial o superman.

Foi assim que surgiu o apelido “Super Chico”, como o garoto passou a ser conhecido nas redes sociais, nome inspirado nos heróis e em São Francisco de Assis

Pequeno super-herói

Pelos seus perfis nas redes sociais, Daniela fazia postagens com fotos e vídeos de Chico e costumava “dar voz” ao filho, que apesar de ter 6 anos, tinha o metabolismo e o desenvolvimento de um bebê de 9, 10 meses, e por isso não falava.

Foi pelas redes sociais que a família compartilhou as duas vezes que o menino esteve internado por causa da Covid-19, e também comemorou quando ele completou 5 anos e pôde receber as doses da vacina.

Coincidentemente, ele recebeu a segunda dose e pôde completar o ciclo vacinal no dia 21 de março de 2021, quando é celebrado o Dia Internacional das Pessoas com Síndrome de Down.

G1



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