Teste está disponível na
rede pública
O exame de sangue que diagnostica a hepatite C está disponível nas unidades básicas de saúde |
Nascidos entre 1945 e 1965 devem
procurar uma unidade básica de saúde (postos ou Clínicas da Família) e fazer um
teste de hepatite C. O alerta, dado no Brasil pela Associação Brasileira dos
Portadores de Hepatite (ABPH), foi lançado nos Estados Unidos após a
constatação de que essas pessoas têm cinco vezes mais riscos de estarem
contaminadas.
A explicação é que tal geração cresceu
numa época em que eram comuns o uso de seringas de vidro e transfusões de
sangue não testados para a hepatite C, só descoberta em 1989.
Segundo o hepatologista Giovanni Faria
Silva, da Universidade Estadual Paulista, a testagem é necessária porque a doença
não apresenta sintomas em 95% dos casos, sendo comum o diagnóstico já em
estágio avançado.
- Depois de 20 anos, a infecção evolui
para cirrose em 25% dos pacientes, tudo de forma assintomática. A cirrose
provoca a falência do fígado e, se não tratada, leva à morte - diz o médico.
O teste de hepatite C é feito por meio
de exame de sangue, que detecta a presença de anticorpos contra o vírus no
organismo. Caso dê positivo, um outro exame, que analisa o material genético do
vírus, é feito. Mais um positivo aponta a necessidade de biópsia do fígado para
indicação de tratamento.
O publicitário e presidente da ABPH,
Humberto Silva, de 48 anos, conta que viveu 38 anos com a hepatite C sem saber.
Há dez anos, ele foi ao médico, que solicitou o exame de sangue específico.
- Eu já estava com cirrose hepática.
Descobri assim, em cima da hora. Se não fosse isso, estaria morto. Deus mandou
um anjo para me anunciar a doença - conta Humberto, que contraiu o vírus aos 8
anos, quando se submeteu a uma cirurgia de apendicite. - Recebi sangue
contaminado.
Humberto afirma que, hoje, está curado do vírus, mas não da cirrose:
- Sou um sobrevivente da hepatite C.
Cerca de 80% dos casos têm cura completa.
Ele alerta para a importância de se
fazer o teste de hepatite C:
- Quanto mais cedo vier o diagnóstico,
mais fácil é a cura. A pessoa pode estar morrendo sem saber, como eu estava.
Estima-se que 3 milhões de pessoas tenham hepatite C, mas só 12 mil sabem e
estão sendo tratadas.
Camilla Muniz
ExtraFoto: Michel Filho / O Globo
COMPARTILHE
Curta Nossa Página no Facebook