Na última quinta-feira, 16, aconteceu em Cantagalo um evento em comemoração ao Dia da Luta Antimanicomial, celebrado oficialmente em todo o Brasil no dia 18 de maio.
Esta grande festa contou com a participação dos usuários do Centro de Atenção Psicossocial, seus cuidadores e familiares, além dos trabalhadores da saúde mental do município.
O Dia da Luta Antimanicomial surge a partir do Movimento da Reforma Psiquiátrica, que se iniciou no final da década de 70, em pleno processo de redemocratização do país. Em 1987, ocorreram dois marcos importantes que contribuíram para a escolha do dia que simboliza essa luta: o Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental, em Bauru/SP, e a I Conferência Nacional de Saúde Mental, em Brasília.
Com o lema “Por uma sociedade sem manicômios”, diferentes categorias profissionais, associações de usuários e familiares, instituições acadêmicas, representações políticas e outros segmentos da sociedade questionaram o modelo clássico de assistência centrado em internações nos hospitais psiquiátricos. Eles denunciaram graves violações aos direitos das pessoas com transtornos mentais e propuseram a reorganização do modelo de assistência a partir de serviços abertos, comunitários e territorializados, buscando cuidado em liberdade e a garantia da cidadania de usuários e familiares, historicamente discriminados e excluídos da sociedade.
Assim como o Movimento da Reforma Sanitária resultou na garantia constitucional da saúde como direito de todos e dever do Estado através da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), o Movimento da Reforma Psiquiátrica resultou na aprovação da Lei nº 10.216/2001 (Lei Paulo Delgado). Esta lei tratou da proteção dos direitos das pessoas com transtornos mentais, redirecionou o modelo de assistência a esta população e colocou o CAPS como o dispositivo estratégico para esta lógica de cuidado.
O CAPS de Cantagalo, implantado desde 2002, vem, através do comprometimento dos trabalhadores e da gestão, se constituindo cada vez mais não apenas como um local de tratamento, mas como um espaço de inclusão social e produção de cidadania - destacou Wilson Assumpção, Psicólogo e Coordenador da Rede de Atenção Psicossocial (CAPS).
COMPARTILHE
Curta Nossa Página no Facebook