domingo, 11 de dezembro de 2022

TSE lança lista de palavras a serem banidas do vocabulário brasileiro

 

Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lançou, no último dia 30, a cartilha “Expressões racistas: por que evitá-las”, no encontro Democracia e Consciência Antirracista na Justiça Eleitoral.

Segundo o Tribunal, o propósito do manual é listar palavras e expressões a serem proibidas do vocabulário brasileiro com a justificativa de que os termos ofendem as pessoas negras.

Algumas palavras que estão na lista são “esclarecer”, “escravo”, “meia-tigela” e “nega maluca”, além de expressões como “feito nas coxas”. De acordo com o TSE, as expressões seriam racistas.

Em vários casos, a cartilha sugere diferentes hipóteses que poderiam embasar suposto racismo presente nas palavras e expressões e, mesmo sem uma conclusão exata sobre o contexto histórico e cultural dos termos, aponta para a exclusão.

Ao apontar motivos para se deixar de usar a palavra “meia-tigela”, por exemplo, o TSE cita três possíveis explicações para a origem da palavra, que se contradizem entre si, e ao fim, crava: “embora não haja consenso acerca das origens, a possibilidade de serem compreendidas como memória da escravidão é justificativa suficiente para que as expressões sejam substituídas”.

A produção do material foi coordenada pela Comissão de Igualdade Racial, criada pelo TSE em abril deste ano, com o objetivo de ampliar a participação de pessoas negras nas eleições. A cartilha lançada pela Justiça Eleitoral, no entanto, não tem conexão com o tema eleitoral.

São, ao todo, 40 palavras e expressões rotuladas como racistas, mas o material permanece aberto para atualização com novos termos. Apesar de a cartilha mencionar termos que trazem conotações racistas, a exemplo do uso pejorativo de “serviço de preto”, ou de “negro de alma branca”, há uma série de termos que o próprio TSE reconhece não haver garantia do emprego de preconceito racial.

A palavra “esclarecer” traz em si o sentido de oposição à ausência de luz, que gera dificuldade de enxergar. Mas, segundo o TSE, a palavra também não deve mais ser usada, pois “embute-se nela o racismo a partir do instante em que transmite a ideia de que a compreensão de algo só pode ocorrer sob as bênçãos da claridade, da branquitude, mantendo no campo da dúvida e do desconhecimento as coisas negras”.

Palavras a serem banidas, segundo a Justiça Eleitoral:

A coisa tá preta

Barriga suja

Boçal

Cabelo ruim

Chuta que é macumba!

Cor de pele

Criado-mudo

Crioulo

Da cor do pecado

Denegrir

Dia de branco

Disputar a negra

Esclarecer

Escravo

Estampa étnica

Feito nas coxas

Galinha de macumba

Humor negro

Inhaca

Inveja branca

Lista negra

Macumbeiro

Magia negra

Meia-tigela / de meia-tigela

Mercado negro

Mulata

Mulata tipo exportação

Não sou tuas negas!

Nasceu com um pé na cozinha

Nega maluca

Negra com traços finos

Negra de beleza exótica

Negro de alma branca

Ovelha negra

Preto de alma branca

Quando não está preso está armado

Samba do crioulo doido

Serviço de preto

Teta de nega

Volta pro mar, oferenda!

 

AM1

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