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Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE |
O
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lançou, no último dia 30, a cartilha
“Expressões racistas: por que evitá-las”, no encontro Democracia e Consciência
Antirracista na Justiça Eleitoral.
Segundo
o Tribunal, o propósito do manual é listar palavras e expressões a serem
proibidas do vocabulário brasileiro com a justificativa de que os termos
ofendem as pessoas negras.
Algumas
palavras que estão na lista são “esclarecer”, “escravo”, “meia-tigela” e “nega
maluca”, além de expressões como “feito nas coxas”. De acordo com o TSE, as
expressões seriam racistas.
Em
vários casos, a cartilha sugere diferentes hipóteses que poderiam embasar
suposto racismo presente nas palavras e expressões e, mesmo sem uma conclusão
exata sobre o contexto histórico e cultural dos termos, aponta para a exclusão.
Ao
apontar motivos para se deixar de usar a palavra “meia-tigela”, por exemplo, o
TSE cita três possíveis explicações para a origem da palavra, que se
contradizem entre si, e ao fim, crava: “embora não haja consenso acerca das
origens, a possibilidade de serem compreendidas como memória da escravidão é
justificativa suficiente para que as expressões sejam substituídas”.
A
produção do material foi coordenada pela Comissão de Igualdade Racial, criada
pelo TSE em abril deste ano, com o objetivo de ampliar a participação de
pessoas negras nas eleições. A cartilha lançada pela Justiça Eleitoral, no
entanto, não tem conexão com o tema eleitoral.
São,
ao todo, 40 palavras e expressões rotuladas como racistas, mas o material
permanece aberto para atualização com novos termos. Apesar de a cartilha
mencionar termos que trazem conotações racistas, a exemplo do uso pejorativo de
“serviço de preto”, ou de “negro de alma branca”, há uma série de termos que o
próprio TSE reconhece não haver garantia do emprego de preconceito racial.
A
palavra “esclarecer” traz em si o sentido de oposição à ausência de luz, que
gera dificuldade de enxergar. Mas, segundo o TSE, a palavra também não deve
mais ser usada, pois “embute-se nela o racismo a partir do instante em que
transmite a ideia de que a compreensão de algo só pode ocorrer sob as bênçãos
da claridade, da branquitude, mantendo no campo da dúvida e do desconhecimento
as coisas negras”.
Palavras
a serem banidas, segundo a Justiça Eleitoral:
A
coisa tá preta
Barriga
suja
Boçal
Cabelo
ruim
Chuta
que é macumba!
Cor
de pele
Criado-mudo
Crioulo
Da
cor do pecado
Denegrir
Dia
de branco
Disputar
a negra
Esclarecer
Escravo
Estampa
étnica
Feito
nas coxas
Galinha
de macumba
Humor
negro
Inhaca
Inveja
branca
Lista
negra
Macumbeiro
Magia
negra
Meia-tigela
/ de meia-tigela
Mercado
negro
Mulata
Mulata
tipo exportação
Não
sou tuas negas!
Nasceu
com um pé na cozinha
Nega
maluca
Negra
com traços finos
Negra
de beleza exótica
Negro
de alma branca
Ovelha
negra
Preto
de alma branca
Quando
não está preso está armado
Samba
do crioulo doido
Serviço
de preto
Teta
de nega
Volta
pro mar, oferenda!
AM1
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