segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Cláudio Castro é reeleito governador do RJ no primeiro turno com quase 60% dos votos

                                                 Cláudio Castro, equipe e família comemoram a vitória no RJ                                                                                                                                                 Foto: Marcos Serra Lima/G1



O governador Cláudio Castro (PL) foi reeleito no primeiro turno governador do Rio de Janeiro, com quase 60% dos votos. Às 20h45 deste domingo (2), com 91,33% das urnas apuradas, a vitória do advogado de formação e cantor gospel foi matematicamente confirmada — ele será o 64º mandatário do Palácio Guanabara.

“Quero agradecer de coração a confiança e a esperança que milhões de fluminenses depositaram hoje no meu nome. Hoje o povo do Rio de Janeiro mostrou, com o seu voto, que aprova o caminho que nós estamos trilhando”, postou Castro nas redes sociais.

“A vitória de hoje não é só minha. Ela é de todos aqueles que amam o Rio de Janeiro. De todos os que sonham e lutam para que o Rio ocupe de fato o lugar que nos pertence: que é ser o orgulho do Brasil. Que Deus nos guie e nos ilumine sempre. Muito obrigado, Rio de Janeiro!”, emendou.

Castro ganhou em 91 dos 92 municípios do estado — em Niterói, deu Rodrigo Neves. Em 11 municípios, o governador reeleito obteve mais de 80% dos votos:

São Francisco de Itabapoana: 85,87%

São José do Vale do Rio Preto: 85,58%

São Sebastião do Alto: 85,03%

Varre-Sai: 84,09%

São José de Ubá: 83,46%

Aperibé: 82,94%

Cardoso Moreira: 82,74%

Italva: 82,4%

Quissamã: 81,69%

Itaocara: 80,96%

Sumidouro: 80,9%

Liderança de ponta a ponta

Castro se manteve na dianteira das pesquisas de intenção de voto durante toda a campanha, focada nas realizações em um ano e meio de mandato.

Todas as pesquisas, no entanto, apontavam que haveria uma nova votação no dia 30, contra o deputado federal Marcelo Freixo (PSB). O pessebista, que tinha 27% dos votos no momento da confirmação, ligou na sequência para o adversário, parabenizando-o pela reeleição.

O senador Romário, companheiro do PL, também foi reeleito.

Perfil

Cláudio Bomfim de Castro e Silva, de 42 anos, nasceu em Santos (SP) e, ainda criança, veio morar no Rio de Janeiro. É casado com a publicitária Analine Castro e Silva e pai de dois filhos, João Pedro e Maria Eduarda.

Em 2005, Castro se formou em Direito pela UniverCidade. Além de advogado, é músico, compositor e evangelizador.

Em 2004, Cláudio Castro começou sua trajetória política como chefe de gabinete do vereador Márcio Pacheco (PSC), com quem seguiu para a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) até 2016. Foi ainda assessor especial da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência. Em 2013, trabalhou na Câmara dos Deputados em Brasília.

Em 2016, Cláudio Castro foi eleito vereador no Rio de Janeiro pelo PSC e compôs a Mesa Diretora da Câmara Municipal na função de 2° Secretário.

Em 2018, Castro foi eleito vice-governador na chapa de Wilson Witzel (PSC), que pouco mais de um ano depois sofreu o impeachment. Castro, então, tomou posse em 1º de maio de 2021.

Propostas de Castro

Cláudio Castro afirmou em seu plano de governo que até o fim de 2026 vai gerar mais de um milhão de empregos em todo o estado, sendo a maioria deles de carteira assinada “e com salários valorizados”.

“O objetivo central do Governo Cláudio Castro 23-26 é gerar no Estado a maior onda de oportunidades de emprego vivida nos últimos 50 anos”, dizia parte do plano de governo.

Castro aposta nas obras de infraestrutura e cita a construção de um metrô leve na Baixada Fluminense e da Linha 3 do metrô convencional, que ligaria o Centro do Rio a Niterói e São Gonçalo.

Outra meta de Cláudio Castro para um possível segundo mandato é ampliar em 15 bases o Segurança Presente, um programa de patrulhamento complementar ao trabalho realizado pela Polícia Militar em determinadas regiões do estado. O governador também prometeu estender o Programa Cidade Integrada.

Na área da Saúde, Cláudio Castro pretende promover uma ampla reforma das unidades de saúde pública do estado, como o Hospital Getúlio Vargas.

Íntegra do discurso da vitória

Uma boa-noite a todos. Queria, em primeiro lugar, agradecer a Deus. Tudo o que Ele fez na minha vida... eu sou alguém que tenho certeza de que eu devo a Deus, tudo. Tenho certeza de que Ele me colocou aqui. Eu tenho certeza de que Ele me ajudou, que Ele me fez evoluir, que Ele me fez crescer.

Queria agradecer à minha família que está aqui — Analine, João, Duda, meus pais, que estavam comigo até agora.

Queria agradecer a meus amigos, à minha equipe, sobretudo em quatro figuras: o Rodrigo Abel, meu chefe de gabinete, o Paulo Vasconcelos, o Igor Marques e o Nicola Miccione.

Queria agradecer muito a esse que caminhou comigo e que tem a missão agora nos próximos quatro anos, a gente estava junto, tocando o estado, que é o Thiago Pampolha e a Rafa.

Queria agradecer a Washington Reis, que eu acabei de falar com ele.

Queria agradecer todos os prefeitos e prefeitos que ficaram do meu lado, que caminharam comigo.

Queria agradecer ao vereador Alexandre Izquierdo. Em nome de todos os vereadores, mas também em nome de toda a comunidade evangélica, que foi fundamental para essa nossa vitória. Todas as lideranças religiosas — padres, bispos, pastores, pastoras, missionários e missionárias que caminharam conosco.

E sobretudo: queria agradecer aos meus patrões. Queria agradecer ao povo desse estado, cada eleitor, cada eleitora. Eu digo sempre e eu repeti essa fala que eu vou fazer aqui: que a política chegou aonde chegou, porque muitas vezes o político se sentiu autoridade e ele esqueceu que ele era servidor.

E nós fizemos ao longo desses dois anos um governo servidor. Um governo que dialogou, um governo que não ficou na figura simplesmente de um homem, de um líder, mas um governo que soube dialogar com todos, que soube trazer todos para participarem de um processo de reconstrução do Rio de Janeiro.

Um governo que inclusive nem olhou por aqueles que não iam ficar conosco. E Petrópolis é o grande expoente disso. Porque um prefeito adversário, do partido do daquele que viria a ser o meu maior adversário, e nós não olhamos para isso em momento algum. Ficamos lado a lado, trabalhamos juntos, e eu fiz todos os investimentos que Petrópolis precisava.

Também Cabo Frio foi outra cidade onde nós investimos muito, e o prefeito é do partido do Rodrigo Neves, e eu fiquei grato e houve uma fala dele que eu investi no último ano, mais do que os últimos 10 anos somados. E eu sabia que não ficaria comigo na eleição.

A prova inequívoca de que a nossa proposta era fazer um governo para todos, como depois acabou virando o nome da nossa coligação, que nós queríamos de verdade, um Rio Unido e Mais Forte, e para todos.

Esse foi o Rio que a gente já vem construindo ao longo dos últimos dois anos. O Rio, que voltou, o governo do estado, Poder Judiciário, Poder Legislativo, estado, União e municípios — todos voltaram a dialogar.

E essa vitória de hoje é a vitória da humildade. É a vitória da campanha limpa, a vitória da proposta. Eu não tenho dúvida de que é uma vitória pedagógica. O povo do Rio de Janeiro, quase 60% da população não quis um processo de sujeira, não quis um processo de ataque, não quis um processo de humilhação, de uma outra parte. O Rio escolheu porque quis trabalhar. Porque inclusive demonstrou o tempo todo, inclusive, nas horas mais difíceis, quando eu confrontado que tinha humildade, sim, de reconhecer erros. Que tinha humildade de dizer que não era infalível.

Mas que em momento algum deixou de falar para propostas, deixou de falar aquilo que o povo que ele que ele ouvir.

E hoje eu estou muito grato.

A campanha realmente acaba hoje. O período eleitoral realmente acaba hoje. Nós temos que fazer um Rio de Janeiro só.

Nós temos que fazer, como diz mais uma vez o nome da nossa coligação, um Rio Unido e Mais Forte — e para todos.

Acabei de receber ligação tanto do Marcelo Freixo quanto do Rodrigo Neves. Queria parabenizá-los também pelo esforço deles. Falei com os dois a mesma coisa: o que passou fica na campanha.

Eu agora não sou, a partir de hoje — já não era — continuarei não sendo o governador só desses 58%, 59%, serei a o governador de todos os 17 milhões desse Rio de Janeiro.

Independente de raça, de cor, de bandeira partidária, de lado político.

Nós tentaremos, lutaremos todo dia para fazer um governo para todos, um governo em que continue avançando na geração de emprego, governo que continue diminuindo imposto, um governo que continue lutando muito, abrindo restaurantes do povo, com café da manhã do trabalhador, com o RJ Alimenta, combatendo a fome.

O Rio de Janeiro, que leva a saúde para cada canto desse estado, descentralizando a saúde de verdade. O Rio de Janeiro, que sai para fazer um equilíbrio entre valorizar o servidor, sim, mas também aliviar o povo de uma carga tributária muito grande. Fazer esse equilíbrio valorizando o servidor, sim, mas reduzindo carga tributária, reduzindo imposto, fazendo com que o dinheiro volte para a mão do cidadão.

E, sobretudo, um governo que não será um governo de ataque.

Eu falei do dia da minha posse, dia 1º de maio, que nós tínhamos que fazer um pacto pelo Rio de Janeiro e hoje eu queria renovar essa fala. Eu queria convidar, inclusive partidos que ficaram contra a gente na eleição. Queria convidar a imprensa, queria convidar a cadeia produtiva. Queria convidar a todos para que fizessem parte desse tempo conosco. Não é a vitória do Cláudio Castro. Eu não tenho dúvida de que o que o povo deu uma resposta na urna.

Eu vejo o Pedro Guimarães aqui e eu imagino quantos empresários podem hoje estar celebrando a continuidade do processo de diálogo. É esse Rio de Janeiro, o Rio do diálogo, o Rio da evolução, o Rio do crescimento. O Rio que quer voltar para o local que nunca deveria ter saído: o local de protagonismo, o Rio seguro, o Rio, onde a segurança pública é respeitada e valorizada, mas que também sabe que tem que avançar, sobretudo fazendo uma polícia que faça o papel dela, mas que também seja uma polícia social, uma polícia que ajude o morador.

Enfim, um dia de gratidão.

Eu vejo alguns rostos aqui de amigos que caminharam comigo nesse período. Queria agradecer a essa minha equipe toda.

Queria agradecer a vocês também da imprensa, sobretudo os que me acompanharam nesses dias, os câmeras... eu sempre fiz questão de cumprimentar todos. Sempre fiz questão de ser educado sem fiz questão de tratar todos com respeito até nas horas, às vezes que que discordávamos tem, tem sempre de ser o mais respeitoso possível.

E vamos continuar assim, porque a gente tem um Rio para transformar. A gente tem um Rio para cuidar, nós estamos. Pessoas ainda que não conseguem fazer as três refeições no dia, nós temos ainda alunos que vão para a escola, sem perspectiva de futuro. Nós temos ainda mulheres que são violentadas, mulheres que não sabem se os se os seus filhos vão voltar para casa, e é para essa gente que eu prometo continuar trabalhando, que eu prometo me dedicar que eu e Thiago Pampolha — um jovem com experiência política que vai me ajudar muito. Já tem experiência no esporte, experiência no ambiente, e com certeza vai me ajudar muito.

Essa semana a gente ainda vai ver como é que vai ficar, mas já devem ter grandes anúncios para o Rio de Janeiro e de pautas positivas.

Nós já voltamos a trabalhar amanhã. Inclusive, Thiago, mesmo ainda sem tomar posse, nada de férias não, viu? Você já começa amanhã mesmo. Amanhã, já entra no fluxo, ainda como como deputado estadual, mas já me ajudando nessa nova montagem.

É, e queria agradecer a você jornalistas, queria ser todas as emissoras, os veículos, até aqueles que a gente sabe que fez torcida contra, é isso, faz parte da democracia.

O mais bonito da democracia é que a eleição passou, e agora voltamos todos a ser o Rio de Janeiro só. Muito obrigado, excelente noite a todos.

 G1

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