sexta-feira, 2 de junho de 2017

Comte dá prazo de 90 dias à Seeduc para envio de relatório atualizado sobre a política de educação em áreas rurais



A atualização da Política de Educação no Campo é um objetivo antigo do estado do Rio. Em 2009, o Plano Estadual de Educação já previa, em uma das 53 metas, a mudança com o prazo máximo de dois anos. Próximo à reformulação do Plano para 2017, a Comissão de Educação da Alerj, presidida pelo deputado Comte Bittencourt, definiu um prazo de 90 dias para a Secretaria de Educação (Seeduc) enviar um relatório com os primeiros resultados das reuniões de atualização da Política. A decisão foi anunciada durante audiência pública realizada pelo Colegiado com educadores, militantes rurais e a representantes do Executivo.

Comte destacou, durante o encontro, que a profissionalização dos cidadãos da área rural é essencial para a economia do estado, assim como a necessidade da manutenção de uma política atualizada.
“Parte da economia do Rio de Janeiro está estruturada na produção agrícola familiar e ter a educação de pequenos agricultores como política pública é fundamental para reciclar procedimentos, qualificar os alunos das regiões e contribuir com novas tecnologias que ajudarão na geração de renda e empregos”, explicou o parlamentar.

De acordo com a professora Lídia de Souza, representante da Secretaria de Educação, o texto ainda não foi enviado ao secretário Wagner Victer porque se encontra em fase de discussão no órgão.
"Nós temos um grupo de trabalho específico para discutir a política de educação para as escolas do campo e agrícolas. Diversas instituições estão participando dessa construção", acrescentou a representante.

O parlamentar defendeu a ampliação do diálogo com instituições com grande experiência na área rural do Rio, como a Emater, empresa que colabora, inclusive, com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Lamentamos que o que definimos em 2009 ainda não tenha sido posto em prática. Ficou claro que não há uma articulação que estabeleça uma política de educação para o campo”, disse Comte. A secretaria se comprometeu a convidar as demais instituições de educação no campo para a atualização da política.

Durante a audiência, educadores e militantes do campo denunciaram o fechamento de dez escolas agrícolas do estado nos últimos anos. O Colégio Estadual Agrícola José Soares Júnior, em Itaboraí, na Região Metropolitana, se somará a esse quadro, de acordo com um comunicado da Seeduc, que já havia encerrado o turno da tarde na escola e impedido a matrícula de novos alunos no 1º módulo.
“Depois desse aviso, não tivemos mais nenhuma informação. A gente está com um número reduzido de alunos, somente 35 estão matriculados, mas já tivemos 140. E ainda existe uma demanda na região, com uma lista de espera de aproximadamente 80 pessoas”, lamentou Isabela Siggelhol, diretora da instituição. A secretaria não quis comentar o caso.

Apesar do fechamento de unidades e da diminuição de investimentos, há ainda iniciativas e instituições que conseguem realizar um trabalho de excelência. A Escola Estadual Centro Educacional Familiar de Formação por Alternância Rei Alberto I é um desses exemplos. Em Nova Friburgo, na Região Serrana, a instituição atende a 143 alunos, 95% pertencentes a famílias agrícolas. A escola funciona em período integral, unindo a formação básica do Ensino Médio ao curso técnico de Agropecuária e Administração. Os custos são arcados pela Seeduc, mas o prédio que abriga a escola é de um instituto privado internacional.

O projeto educacional implantado é baseado na pedagogia da alternância, em que o período letivo é dividido entre aulas regulares, ministradas no local, e um período de convivência no campo, em que os alunos aplicam o que aprenderam nas lavouras, com acompanhamento profissional.
“Essa pedagogia é relacionada ao respeito da ligação do aluno com o campo. Ele é protagonista da escola, tendo um convívio com a família e um acompanhamento profissional desse aprendizado na comunidade”, explicou Viviane Araújo, diretora da instituição.


Ascom

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