domingo, 2 de abril de 2017

TCM-RJ analisa fundo de Previdência dos servidores e aponta situação insustentável

 Rio de janeiro (RJ) 01/11/2016 Prédio do tribunal de contas do
 Município do Rio de Janeiro
 Foto: Domingos Peixoto /Agência o Globo 


O Tribunal de Contas do Município do Rio (TCM-RJ) aprovou, por unanimidade, o relatório da Inspeção Extraordinária sobre a situação do Fundo Especial de Previdência do Município, o Funprevi, no primeiro semestre de 2016. De acordo com o voto do conselheiro Antônio Carlos Flores de Moraes, é de extrema urgência uma reavaliação sobre as formas de capitalização à disposição do fundo, que hoje é responsável por gerenciar os recursos para o pagamento de aposentadorias e pensões. Já de início, o TCM apontou que o fundo nasceu sem formas de sobreviver.
O descumprimento de diversos artigos de leis que regulamentaram o Funprevi prejudicou sua saúde financeira. Entre 2001 e 2015, o TCM calculou uma dívida superior a R$ 1 bilhão, da prefeitura frente ao Funprevi. Para piorar, uma lei de 2011 “perdoou” todos os passivos existentes entre a prefeitura e o fundo.
Na conclusão do voto, Moraes reforçou a necessidade de a prefeitura reavaliar a concessão de benefícios. Foi indicada a cobrança de 11% sobre inativos que recebem sobre o teto do INSS, além da revisão de pensões e do fim da paridade.
Lei para capitalizar recursos tem resultado pífio
A lei de 2011 que regulamentou formas de capitalização de recursos para o Funprevi teve resultado “desapontador” na visão do TCM. Segundo o relatório, das receitas previstas com o repasse de royalties do petróleo até o que foi arrecadado com a venda de imóveis, em nenhum momento a lei conseguiu potencializar o caixa do Funprevi. Pelo contrário. As contas do fundo registraram perdas durante os últimos anos.
Para o conselheiro Antônio Carlos Flores de Moraes, a Prefeitura do Rio em nenhum momento se manifestou contrária a esse cenário. O Tesouro Municipal, que sempre teve a missão de arcar com aposentadorias e pensões, segue com essa obrigação.
‘Do jeito que está, a Previdência quebra’
Após a votação, o conselheiro Antônio Carlos Flores de Moraes comentou sua conclusão sobre o caso. Para ele, são necessárias medidas urgentes para reavaliar as concessões feitas pela Prefeitura do Rio.
— Não faz sentido eu receber de um fundo para o qual nunca contribuí. As regras criadas fizeram nascer um fundo sem condições de sobreviver. Me imagino daqui a alguns anos sendo avisado de que minha aposentadoria não foi depositada — lamentou.
Para o conselheiro, a aplicação, por exemplo, da contribuição de 11% sobre inativos e pensionistas poderia ser feita diretamente por decreto.
Para Ulysses Silva, conselheiro do Previ-Rio e membro do Movimento Unificado dos Servidores, as cobranças pretendidas são descabidas.
— A situação em que o Funprevi se encontra hoje é consequência das escolhas feitas pela própria administração pública. As atuais medidas em nada resolvem a situação, nem sequer minimizam — argumentou.


Extra

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