Manifestação na
frente da Alerj está marcada. Privatização é a principal exigência do governo
federal no plano de recuperação fiscal do Rio
Funcionários da Companhia de Água e Esgoto do Estado (Cedae)
anunciaram, nesta sexta-feira, que entrarão em greve na próxima segunda-feira
contra a venda e votação na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que prevê a
privatização da empresa. A paralisação deve durar os dias em que os deputados
da Casa discutirem o assunto. Os servidores da companhia também marcaram
protesto na segunda, em frente à Alerj.
A
venda da Cedae é a principal exigência do governo federal no plano de
recuperação fiscal do Rio. Para Humberto Lemos, presidente do sindicato da
categoria, a venda da companhia prejudica a população do Rio. "É uma
empresa superavitária. Deu R$ 350 milhões de lucros e pagou dividendos aos seus
acionistas de R$ 88 milhões. O Rio de Janeiro vai vender seu maior ativo e
daqui a três anos vai ter de pagar esse empréstimo. Só que não terá mais ativo.
Ninguém no Rio de Janeiro está entendendo esse negócio", afirmou Lemos.
"Vão vender por R$ 3,5 bilhões. Dá para pagar duas folhas do
funcionalismo. E depois?"
A estatal tem 5.650
funcionários e é responsável pelo abastecimento e tratamento de esgoto da
capital e outros 63 municípios. "Só o Rio dá lucro de R$ 650 milhões ao
ano e subsidia indiretamente os municípios que dão prejuízo. A capital é
responsável por 87% da arrecadação da Cedae. Se a venda se confirmar e o Rio de
Janeiro deixar a concessão, quem vai se interessar por 63 municípios
deficitários?", indaga o presidente Ele se refere à ameaça do prefeito
Marcelo Crivella (PRB) de criar uma companhia de água e esgoto municipal.
Na segunda-feira, os
líderes dos partidos da Alerj se reúnem para discutir as 211 emendas
apresentadas ao projeto de lei de venda da Cedae. É no colégio de líderes que
os deputados debatem as emendas para chegar a consenso mínimo. A partir das
11h, a Comissão de Constituição e Justiça dará parecer sobre as emendas
acordados e o texto vai à votação.
Para aprovar a
matéria é necessária maioria simples dos deputados. Mas os autores de emendas
não incluídas podem fazer requerimentos para votação em separado das propostas.
A previsão é de que o tema será debatido na Alerj durante a semana toda.
Humberto Lemos afirmou que a greve da Cedae não deve prejudicar o abastecimento
de água e o tratamento de esgoto da população. "Não queremos penalizar a
sociedade", afirmou.
Com
Estadão Conteúdo
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