Nutella
leva óleo de palma em sua composição. Europa alertou que óleo gera componente
cancerígeno quando refinado em altas temperaturas
A indústria de óleo de palma, sob pressão na Europa depois que
autoridades afirmaram que o produto aumenta o risco de câncer, encontrou um
aliado de peso no setor alimentício: o fabricante da Nutella.
A empresa italiana
Ferrero assumiu uma posição pública em defesa do ingrediente que outras
empresas alimentícias europeias estão boicotando. Ela lançou uma campanha para
assegurar o público sobre a segurança da Nutella, produto que representa cerca
de um quinto de suas vendas.
O creme de
chocolate e avelã, uma das marcas de alimento mais bem-conhecidas da Itália e
um ingrediente popular do café da manhã para crianças, usa o óleo de palma para
garantir a textura macia e a durabilidade ao produto. Outros substitutos, como
óleo de girassol, mudariam suas características, segundo a Ferrero. “Fazer
Nutella sem óleo de palma resultaria em um substituto inferior ao produto real,
seria um passo para trás”, disse o gerente de compras da Ferrero Vincenzo
Tapella à Reuters. O óleo de palma é conhecido no Brasil como azeite de dendê.Abrir
mão do óleo de palma também teria implicações econômicas, já que é o óleo
vegetal mais barato, com custo de US$ 800 a tonelada. A Ferrero usa cerca de
185 mil toneladas de óleo de palma por ano, portanto substituí-lo por outros
tipos de óleo poderia custar à empresa de US$ 8 a 22 milhões a mais por ano.
Risco ao ser processado em altas temperaturas
A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) disse, em maio, que
o óleo de palma gera um contaminante potencialmente carcinogênico – conhecido
como GE – quando refinado a temperaturas acima de 200ºC. Mas o órgão não
recomendou que os consumidores parassem de consumi-lo, acrescentando que mais
estudos são necessários para determinar o risco.
A Organização
Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação das Nações Unidas (FAO) alertaram sobre o mesmo risco potencial,
mas também não recomendaram que os consumidores parassem de consumir óleo de
palma.
Várias indústrias
de alimento deixaram de usar óleo de palma em seus produtos depois dos alertas
das autoridades.
Além dos possíveis
riscos para a saúde, o uso do óleo de palma pela indústria alimentícia também é
questionado por razões ambientais. A palma é uma planta cultivada
principalmente na Indonésia e Malásia, países que sofrem com o
desflorestamento.
G1
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