sábado, 17 de dezembro de 2016

Sérgio Cabral volta a ficar preso em Bangu 8, no Rio



Ex-governador veio de Curitiba em avião da Polícia Federal





        Cabral é transferido de volta para prisão no Rio de Janeiro 
Foto: Geraldo Bubniak


O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) chegou ao Rio na tarde deste sábado e voltou ao Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Depois de passar rapidamente pelo Instituto Médico Legal (IML), na região da Leopoldina, Centro do Rio, Cabral foi conduzido por agentes da Polícia Federal ao Presídio Pedro Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8.


Ele deixou a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, às 10h, e seguiu para o Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais. Lá, ele embarcou para o Rio de Janeiro em um avião da Polícia Federal, por volta do meio-dia. Na sexta-feira, o desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), concedeu liminar para o ex-governador voltar a ficar preso em Bangu.

A transferência do peemedebista para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba havia sido determinada na sexta-feira passada pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas, por conta de denúncias de que o ex-governador tinha recebido visitas irregularmente. Hoje faz um mês que Cabral está preso.


Na decisão sobre a volta de Cabral para o Rio, o desembargador Abel Gomes diz que não deve haver prejuízos às apurações das infrações eventualmente ocorridas durante as visitas a Cabral e bem como o prosseguimento no controle da manutenção da disciplina interna no presídio do Rio.


O pedido para que o ex-governador voltasse ao Rio foi protocolado pela defesa no último sábado, dia em que o peemedebista foi transferido para Curitiba. Os advogados alegaram que Cabral sofre constrangimento ilegal e que a ida para a capital paranaense serviu como uma sanção imposta por "supostas regalias, que jamais ocorreram".


Enquanto estava em Bangu, Cabral recebeu a visita da mulher, Adriana Ancelmo, que foi presa na semana passada, dos filhos e de parlamentares. A Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap) negou que o peemedebista tenha recebido algum tratamento diferenciado. A Seap alegou que "deputados possuem prerrogativas parlamentares para entrar e, inclusive, fiscalizar unidades prisionais a qualquer momento, sem necessariamente ser o dia de visita".

Conforme reportagem publicada hoje no GLOBO, durante o período em que esteve à frente do Executivo fluminense, Sérgio Cabral pagou R$ 23,2 mil em diárias do Hotel Portobello, em Mangaratiba, para que o conselheiro e presidente eleito para o biênio 2017/2018 do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Aloysio Neves, se hospedasse em épocas de fim de ano. Os pagamentos ocorreram em 2010, 2012 e 2013, de acordo com notas anexadas a um dos processos decorrentes da Operação Calicute.

Ontem, o ex-governador, a mulher Adriana Ancelmo e mais cinco investigados na Operação Calicute se tornaram réus e vão responder por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, o grupo teve envolvimento no pagamento de vantagens indevidas a partir do contrato da Petrobras com o Consórcio Terraplanagem Comperj, formado pelas empresas Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão.

Também foram denunciados além de Cabral e Adriana, Wilson Carlos (ex-secretário de Governo e considerado seu braço-direito), Carlos Emanuel Miranda (sócio do ex-governador Sérgio Cabral, apontado como operador exclusivo do ex-governador); Rogério Nora (ligado a Andrade Gutierrez); Clóvis Primo ( ligado a Andrade Gutierrez) e Monica Carvalho (mulher de Wilson Carlos e ex-assessora de Cabral no Senado).

O Globo



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