segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Trabalho coletivo no campo melhora qualidade de vida no Noroeste Fluminense

Projetos executados pelo Programa Rio Rural também ajudam na preservação do meio ambiente

No meio rural é comum que produtores trabalhem em sistema de mutirão. Plantar ou colher com o apoio de parceiros promove economia de despesas com mão de obra. Em Italva, no Noroeste Fluminense, essa integração na agricultura familiar tem se fortalecido. A disseminação dos projetos do Programa Rio Rural, com incentivos do Banco Mundial, está dinamizando a produção agrícola, aumentando o número de áreas cultivadas e melhorando a geração de renda das comunidades.
Na microbacia Valão Carqueja, assim como em outras áreas de Italva, algumas famílias começaram a trabalhar em mutirão desde a década de 1950, época em que a produção de arroz estava em alta. Com a desvalorização do produto, os grupos se desmobilizaram. A chegada do programa, há quase dez anos, renovou o ânimo e a tradição do trabalho em conjunto.
“A queda no preço do arroz fez as pessoas se mudarem para as cidades. Com a renovação da agricultura, muitas famílias querem voltar”, conta o agricultor Almeirindo Corrêa.
Quatro famílias vizinhas à propriedade de Corrêa trabalham com ele. Em dias pré-determinados, o grupo se reúne para fazer a colheita em uma das lavouras, fartamente abastecidas com pimentão e tomate. A cada semana, 61 toneladas são colhidas na microbacia e levadas para comercialização no município de Itaocara.
“O mutirão é muito bom. Plantar sozinho é possível, mas colher não dá. Caso contrário, eu perderia parte da lavoura”, comenta o agricultor Agnaldo da Silva. Por dois anos, Silva trabalhou em uma serralheria. Ao perceber que o momento era propício, ele retornou ao campo e hoje tira o sustento da família exclusivamente da horta.
Semeando melhorias
Não são apenas os beneficiários do Rio Rural que saem ganhando. Os efeitos da melhoria de renda impactam toda a comunidade agrícola. Ao receber incentivos do programa e implantar a irrigação mecanizada, Almeirindo Corrêa passou a ter tempo para aumentar sua área cultivada. Mas com a necessidade de mais mão de obra, foi preciso também ampliar a rede de parceiros.
Corrêa decidiu, então, ceder um pequeno espaço dentro de sua propriedade para que o produtor Francisco Pereira construísse uma casa. Aos poucos, o novo morador estabeleceu sua lavoura de 7 mil pés de pimentão e 1.200 de tomate. “Eu trabalhava para os outros. Hoje, somos os nossos patrões. É incomparável”, diz o agricultor.
Unir para preservar
A integração das famílias tem efeito positivo nos cuidados ambientais. Na microbacia Valão Carqueja, o Rio Rural também forneceu incentivos para a proteção de uma área de recarga de 27 hectares, que abrange nove propriedades.
“Há 40 anos, o pessoal colocava fogo na mata. Hoje, não mais. A natureza já nos respondeu que estamos no rumo certo. Enquanto muita gente passa sufoco com a seca, nós temos água”, comemora Corrêa.
Para o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, esse é um dos maiores legados que serão deixados pelo Rio Rural. “Além dos inúmeros benefícios aos agricultores, o programa também apoia a adequação ambiental das propriedades, o que antes não era possível, muitas vezes por falta de recursos. A conscientização do produtor e o protagonismo rural vão ficar para as futuras gerações”, enfatiza. 

Ascom

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