sexta-feira, 13 de maio de 2016

Modelo de coprocessamento de resíduos urbanos de Cantagalo, pioneiro no país, será implantado em Barroso (MG)

Representantes da indústria cimenteira da cidade mineira estiveram visitando a usina de reciclagem e compostagem do município em abril


 Primeira cidade no Brasil a desenvolver o coprocessamento de resíduos sólidos urbanos, que são totalmente destruídos nos altos fornos de cimento, parceria da Prefeitura de Cantagalo com o grupo cimenteiro LafargeHolcim, o que elimina por completo cerca de 30% de todo o resíduo triado pela usina de triagem e compostagem de lixo instalada no bairro Novo Horizonte, Cantagalo agora está sendo modelo para a implantação de sistema semelhante na cidade de Barroso (MG), onde também há fábricas do grupo LafargeHolcim.

Além da destinação adequada, através da triagem do resíduo nas esteiras da usina, onde boa parte é destinada ao reaproveitamento, evitando o descarte irregular e a saturação dos aterros sanitários, Cantagalo também está sendo tomada como modelo pelo fato de, através do coprocessamento, que teve início como um projeto piloto, ter reduzido consideravelmente o volume de material que era destinado ao aterro sanitário. Hoje, o município destina aproximadamente 30% de todo o resíduo domiciliar que processa para um aterro licenciado que fica no município de Santa Maria Madalena.

Os resíduos urbanos são classificados na usina, onde são separados para reciclagem e compostagem. Nesse trabalho, conseguimos esgotar todas as alternativas de aproveitamento. O rejeito resultante desse processo se divide no que pode ser destinado ao coprocessamento e o que terá que ser encaminhado ao aterro sanitário, e esta diminuição do volume que é destinado ao aterro garante a ele uma vida útil prolongada.

– A parcela que é encaminhada para coprocessamento evita a deposição de grandes volumes de resíduos em aterros, contribuindo para a preservação do meio ambiente. A Prefeitura não tem nenhuma despesa com a logística desse rejeito, já que ele é transportado pelas próprias fábricas, servindo como uma espécie de combustível para os fornos de fabricação de cimento, alternativa já amplamente utilizada na Europa e, conforme os especialistas, completamente segura e licenciada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) – explica o secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Gustavo Neder.

Neder foi o responsável por receber, em abril, um grupo de representantes da LafargeHolcim de Barroso, que veio conhecer o procedimento. O funcionamento de todo o processo no interior da indústria cimenteira foi explicado por representantes da LafargeHolcim de Cantagalo, que também visitaram a usina de triagem e compostagem de lixo, onde foi realizada praticamente uma aula ao ar livre sobre a importância do coprocessamento, tecnologia que consiste na destruição térmica dos resíduos com a substituição parcial do combustível.

De acordo com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), o coprocessamento está contemplado no texto da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2011) como alternativa ambientalmente adequada de gestão de resíduos. A lei determina que os resíduos não podem ser tratados como rejeitos até que se esgotem todas as possibilidades de reaproveitamento.

Geólogo e gerente de tecnologia da ABCP, Yushiro Kihara diz que a indústria brasileira de cimento é referência internacional por seu excelente desempenho energético e ambiental e pela reduzida emissão de CO² (dióxido de carbono), principalmente quando comparada a países como Estados Unidos, União Europeia e Japão. Para ele, essa posição é fruto de um grande esforço das indústrias que realizam, há anos, ações para contribuir para a redução das emissões de CO². “O coprocessamento representa hoje uma importante ferramenta de gestão de passivos ambientais, além de propiciar a substituição de combustíveis fósseis por alternativos”, finaliza o geólogo da ABCP.

Ascom


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