segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Marina corre para fechar apoio e não 'perder perdendo'

Fim da reeleição e alinhamento das propostas para economia e meio ambiente serão colocadas na mesa para fechar apoio a Aécio Neves

Apesar da sinalização feita no discurso pós-urnas neste domingo, aliados de Marina Silva (PSB) afirmam que o apoio à candidatura de Aécio Neves (PSDB) no segundo turno dependerá do compromisso do tucano com pelo menos três pontos: fim da reeleição, continuidade do que ela chama de conquistas econômicas e sociais e políticas direcionadas à sustentabilidade e meio ambiente. Assessores próximos da ex-senadora avaliam que o tucano não terá dificuldade em atender aos pedidos – ele já defendeu publicamente o fim da reeleição e as propostas na área econômica têm familiaridades. "O Aécio também defende Banco Central independente, mas ele deixou a Marina apanhar sozinha", afirma um assessor. Também pesa a favor o fato de a proposta para o meio ambiente dele ter sido elaborada por Fabio Feldman, ex-aliado da pessebista. "Nosso plano tem 99% de convergência com o de Marina. Será um apoio bastante natural, inclusive pelos ataques covardes que o PT cometeu", diz Feldman.
A questão é o tempo – agora são vinte dias até o segundo turno. "Marina não pode 'perder perdendo'", diz um aliado, em referência ao "ganhar ganhando", expressão que ela usou no primeiro turno para justificar sua resistência em rebater os ataques do PT. Os aliados afirmam que optar pela neutralidade seria prejudicial para a vida política da ex-senadora, derrotada nas duas últimas eleições presidenciais.
Um membro da Executiva Nacional avalia que o PSB caminha para o apoio formal a Aécio, mas descarta a possibilidade de Marina negociar cargos e ministérios em eventual futuro governo do PSDB. "A Marina não é de negociar ministério, ela está interessada em propostas."
A declaração formal de Marina e do PSB deverá ser feita na quarta ou quinta-feira. Até lá, o presidente do PSB, Roberto Amaral, está consultando governadores eleitos do partido e os candidatos que disputam o segundo turno. No PSB, Amaral é considerado o principal entrave para um acordo com Aécio. Ontem, após a consolidação do cenário do segundo turno e as declarações de Marina, ele chegou a afirmar que seu partido tem um alinhamento natural com siglas de esquerda. A frase foi recebida como um recado claro de que Amaral resistirá em fechar a aliança. O contrapeso, contudo, são os líderes regionais que já defendem publicamente o apoio, especialmente dos diretórios de São Paulo, Pernambuco e do Paraná. Nas palavras de um coordenadores da campanha de Aécio, "é onde o apoio realmente importa no segundo turno".



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