sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Táxis emprestam livros e atenuam tédio de passageiros no trânsito caótico da cidade

Na última quinta-feira, do Centro a São Cristóvão, a estudante Isabella Beça, de 21 anos, pediu um táxi e levou, presa no engarrafamento, quase meia hora. Em vez de reclamar, a jovem começou a ler “A primeira luz da manhã”, autobiografia da escritora Thrity Umrigar. A surpresa? O livro faz parte do Bibliotáxi, um programa de fomento à leitura e à educação, desenvolvido pela Easy Taxi (um aplicativo de smartphone que conecta o passageiro ao taxista) em parceria com o Grupo Saraiva, que disponibilizou mais de 80 mil obras para o projeto.
Camila ainda pôde folhear o infantil “O menino maluquinho”, de Ziraldo, e “Copycats - melhor que o original”, de Oded Shenkar. A inciativa, lançada em 2013 em todo o Brasil, agradou a jovem.
— Vi o suporte com as obras e, quando acabou a bateria do meu celular, resolvi ocupar meu tempo, que ficaria ocioso, pegando um livro. Achei a ideia sensacional — avaliou a jovem, que levou a obra para casa.
O kit do Bibliotáxi, cujo objetivo é transformar táxis em bibliotecas colaborativas, consiste em duas bolsas instaladas em suportes na parte de trás dos bancos dianteiros do veículo. As obras incluem vários gêneros literários: romance, poesia, infantil, biografia, crônica, suspense, conto...
— Incentivamos o hábito da leitura e o cliente pode até levar para casa as obras. A recomendação é que a pessoa devolva os que pegou e promova o compartilhamento dos livros — disse Camila Ferreira, co-CEO Brasil da Easy Taxi.

SOLUÇÃO PARA O MAU HUMOR

Dos 35 mil táxis da frota do Rio, segundo Camila, cerca de 60% estão cadastrados no banco do aplicativo. Destes, 60% têm o Bibliotáxi, ou cerca de 12,6 mil veículos. Para se inscrever, o taxista precisa baixar o aplicativo e preencher um cadastro. Edivaldo Vieira Gomes, de 65 anos, taxista há 35, não perdeu tempo:
— Com o Bibliotáxi não me aborreço mais com o mau humor dos clientes com o trânsito. E não me calei, não: continuo contando as boas histórias que todo taxista sabe — brincou o profissional, que, com o programa, também adquiriu o hábito da leitura.

Isabela Beça e o taxista Edivaldo:
 “Achei a ideia sensacional”
 - 
Gabriel de Paiva 

OGlobo




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